A alimentação é uma parte essencial do desenvolvimento das crianças e, muitos pais e responsáveis enfrentam um desafio comum: a seletividade alimentar.
Esse é um comportamento comum entre as crianças, caracterizado pela preferência por alguns alimentos e a recusa em experimentar outros. Embora seja uma fase normal no desenvolvimento infantil, pode gerar preocupações quanto à nutrição adequada.
Vamos explorar o que é seletividade alimentar, suas possíveis causas e, o mais importante, fornecer 5 dicas valiosas para ajudar pais e cuidadores a introduzir novos alimentos e estabelecer hábitos alimentares saudáveis em suas crianças.
Leia mais em:
O que é seletividade alimentar?
A seletividade alimentar é um comportamento no qual a criança demonstra uma preferência excessiva por certos alimentos e reluta em experimentar ou rejeita categoricamente outros alimentos.
Esse fenômeno pode se manifestar em diferentes níveis de intensidade, desde uma simples recusa ocasional até uma aversão persistente a uma ampla variedade de alimentos.
É importante destacar que o distúrbio alimentar seletivo não é uma condição médica em si, mas uma fase normal do desenvolvimento infantil, que geralmente começa a se manifestar por volta dos dois anos de idade. Nessa fase, as crianças estão em um período de descobertas, aprendendo a expressar suas preferências e desgostos.
A seletividade alimentar pode estar relacionada a fatores sensoriais, emocionais e sociais.
Leia mais em:
Causas da seletividade alimentar
Sensibilidade a texturas e sabores
Algumas crianças têm mais sensibilidade a certas texturas e sabores, o que pode tornar a experiência de comer certos alimentos desagradável.
Influência dos pais
As preferências alimentares dos pais podem influenciar as escolhas das crianças. Se os pais têm aversão a certos alimentos, é provável que as crianças também se sintam relutantes em experimentá-los.
Ambiente social
Fatores sociais, como comer em ambientes desconhecidos ou na presença de estranhos, podem causar ansiedade e afetar o apetite da criança.
Momentos de transição
Mudanças significativas na vida da criança, como o início da creche ou a chegada de um irmão, podem levar a mudanças em seus padrões alimentares.
Associar comida a experiências negativas
Se a criança teve experiências negativas com algum alimento, como uma refeição mal sucedida ou uma reação alérgica, ela pode criar uma aversão a esse alimento específico.
Seletividade alimentar: como tratar
Aqui vamos apresentar 5 dicas para introduzir os alimentos no cardápio infantil:
Diversidade desde cedo
É fundamental oferecer uma variedade de alimentos desde a introdução dos sólidos na dieta do bebê. Quanto mais cedo a criança entrar em contato com diferentes sabores e texturas, mais aberta estará à sua disposição para experimentar novos alimentos no futuro.
Introdução gradual
Ao inserir novos alimentos na alimentação da criança, faça isso de forma gradual. A introdução de apenas um novo alimento de cada vez permite que você observe como a criança reage a ele e identifique possíveis alergias ou intolerâncias.
Modelagem de comportamento
As crianças muitas vezes imitam os adultos ao seu redor. Se você demonstrar uma atitude positiva em relação aos alimentos saudáveis e variados, isso incentivará a criança a fazer o mesmo.
Criatividade na apresentação
A forma como os alimentos são apresentados pode fazer uma grande diferença na aceitação pela criança. Tente tornar os pratos visualmente atraentes, utilizando cores e formatos diferentes, tornando a experiência alimentar mais divertida.
Envolver a criança no processo
Inclua a criança na escolha e preparação dos alimentos sempre que possível. Ir ao mercado juntos, fazer uma horta caseira ou convidá-la para ajudar na cozinha pode aumentar o interesse e a disposição para experimentar novos alimentos. Faça combinados com a criança.
Alimentação seletiva: aborde com cuidado
A seletividade alimentar é uma realidade comum em muitas famílias, mas é importante abordá-la de maneira sensível e cuidadosa. Introduzir alimentos de forma adequada pode fazer uma grande diferença na aceitação e na formação de hábitos alimentares saudáveis a longo prazo.
Lembre-se de que cada criança é única e que paciência, respeito às preferências individuais e a busca por um equilíbrio nutricional são essenciais para lidar com a seletividade alimentar de maneira eficaz e positiva.
Consultar um profissional de saúde qualificado também pode fornecer orientações específicas para casos particulares.
Seletividade alimentar e autismo
É comum observar que a maioria das pessoas que são diagnosticadas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) também possuem seletividade alimentar.
Isso ocorre porque as diversas cores, aromas, sabores e texturas dos alimentos podem levar essas pessoas a sair de suas zonas de conforto.
Devido aos comportamentos restritivos do autismo, seletividade alimentar e rituais apresentados por esses pacientes, essas variações frequentemente resultam em falta de interesse e rejeição em relação a determinados alimentos.
Seletividade alimentar é diferente de alergia alimentar
É fundamental destacar que o surgimento de reações alérgicas a determinados alimentos, como frutos do mar, não está relacionado à seletividade alimentar. Nos casos em que ocorre rejeição de alimentos contendo glúten e lactose, por exemplo, estamos diante de uma resposta anômala do sistema imunológico.
No contexto intestinal, o sistema imunológico interpreta de forma equivocada esses alimentos como potenciais ameaças ao organismo.
Que profissionais podem ajudar os pais com a seletividade alimentar em crianças?
Quando não tratada, a seletividade alimentar, que geralmente começa durante a pré-escola, pode persistir até a adolescência. Portanto, é aconselhável que pais e mães estejam atentos e considerem buscar assistência se notarem esse comportamento em seus filhos.
Afinal, quem não deseja que seus filhos cresçam fortes e saudáveis, não é mesmo? E uma parte importante disso envolve manter uma alimentação equilibrada e uma relação saudável com a comida.
Mas quem pode ajudar os pais com isso? Resposta: pode ser até mesmo uma equipe multidisciplinar.
Se seu filho ou sua filha está apresentando resistência alimentar mais do que o comum, pode ser uma boa ideia conversar com o pediatra de confiança. Dependendo da situação, ele pode indicar a ajuda de um nutricionista, psicólogo ou até mesmo um fonoaudiólogo.
Ao trabalhar em conjunto, o fonoaudiólogo se concentra em aprimorar a mastigação e a deglutição. Enquanto isso, o nutricionista se certifica de que a dieta da criança esteja balanceada, fornecendo as vitaminas e nutrientes necessários para o desenvolvimento adequado – e, em certos casos, podem ser recomendados suplementos vitamínicos.
Além disso, há atividades que podem auxiliar no tratamento da seletividade alimentar. Nesse caso, é aconselhável consultar os profissionais mencionados anteriormente. Cada caso é único, e seja o pediatra, o nutricionista, o psicólogo ou o fonoaudiólogo, eles poderão orientar sobre as melhores estratégias para o seu filho.
O objetivo final é ver a criança crescer com saúde e uma relação positiva com a comida, e você merece contar com a orientação mais adequada para alcançar esse objetivo.
Pedagogia começa em casa
Por isso, te convidamos a seguir nosso perfil no Instagram @pedagogia_comeca_em_casa ou canal do Youtube Paula Forster | Pedagogia Começa em Casa para conferir mais dicas e informações interessantes sobre a educação infantil, que vão trazer muitos benefícios para as crianças e para os pais.