Alienação parental: entenda o que é e como evitar

menina triste sofrendo alienação parental

Infelizmente, a alienação parental é uma triste realidade que permeia muitas separações, tornando-se um desafio para pais e filhos.

A mágoa, raiva e o ressentimento são emoções que temos que lidar e é natural, porém, algumas vezes acabamos externando isso de maneira inapropriada, propositalmente ou não. 

Pela saúde mental e emocional dos nossos filhos e também pelo bom relacionamento entre eles e a outra parte (pai ou mãe), devemos observar e descobrir maneiras de evitar esse fenômeno doloroso.

Continue a leitura para um convívio saudável da criança com ambos os pais. 

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O que é alienação parental?

A alienação parental é um termo que descreve a manipulação psicológica de uma criança por um dos pais, visando prejudicar o relacionamento dela com o outro progenitor. 

Essa prática surge frequentemente em situações de divórcio ou separação, quando as emoções estão à flor da pele.

O objetivo do genitor alienador pode ser minar o vínculo entre a criança e o outro pai, muitas vezes induzindo sentimentos negativos, como raiva e repúdio.

Além dos efeitos emocionais, a alienação parental pode ter implicações legais significativas.

É necessário entender os mecanismos da alienação parental para prevenir e abordar esse fenômeno prejudicial. Ao promover um ambiente de comunicação aberta e respeitosa entre os pais, priorizando sempre o bem-estar da criança, é possível criar bases sólidas para o desenvolvimento saudável de laços parentais.

Exemplos de alienação parental

Desqualificação constante

A desqualificação constante é uma tática sutil, mas destrutiva, usada pelo genitor alienador.

Isso pode se manifestar pelos comentários negativos e depreciativos sobre o ex-parceiro na presença da criança.

Por exemplo, o genitor pode insinuar que o outro pai não se importa o suficiente ou que suas decisões são sempre equivocadas. Essas palavras têm o poder de influenciar a percepção da criança sobre o pai alienado, minando gradualmente o relacionamento.

Restrição de contato

A restrição de contato é uma estratégia onde o genitor alienador dificulta ou impede fisicamente as visitas programadas entre a criança e o outro pai.

Isso pode incluir constantes alterações nas datas de visitação, alegando compromissos ou atividades da criança que, muitas vezes, não são reais.

Essas manobras visam criar frustração e desapontamento na criança, enfraquecendo a conexão com o genitor não residente.

Falsas acusações

A criação de falsas acusações é uma forma extrema de alienação parental, na qual o genitor alienador inventa histórias prejudiciais sobre o outro genitor.

Essas acusações podem variar de negligência e abuso, levando a criança a desenvolver medo e desconfiança em relação ao genitor acusado.

Este tipo de alienação não apenas prejudica o relacionamento entre pai e filho, mas também pode ter sérias consequências de acordo com a lei de alienação parental.

Manipulação emocional

A manipulação emocional ocorre quando o genitor alienador utiliza táticas como chantagem ou jogo psicológico para induzir sentimentos negativos na criança em relação ao outro pai.

Por exemplo, pode envolver presentes caros como forma de suborno emocional, fazendo a criança associar a presença desse genitor com recompensas materiais. Isso pode levar a uma visão distorcida dos pais e a uma dependência emocional prejudicial.

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Isolamento social

Nesse caso, o genitor alienador pode tentar isolar a criança de amigos e familiares do outro lado da família.

Ao limitar o acesso a parentes e pessoas próximas ao pai ou mãe não residente, o genitor alienador restringe as influências positivas e as conexões afetivas que poderiam fortalecer o bem-estar emocional da criança.

É importante lembrar que todas essas práticas podem impactar negativamente o desenvolvimento infantil, por isso é importante ficar atento aos sinais que a criança emite para pensar em uma abordagem conjunta para que essa situação não a afete. 

Alienação parental é crime?

Sim, a alienação parental é considerada crime em muitos países, incluindo o Brasil. A legislação visa proteger o direito da criança de manter um vínculo saudável com ambos os pais.

Aqueles que praticam a alienação parental podem enfrentar penalidades, desde advertências até a perda da guarda legal*. 

*Consulte a lei completa aqui.

Como identificar alienação parental?

Identificar a alienação parental pode ser desafiador, pois muitas vezes as táticas do genitor alienador são sutis. No entanto, alguns sinais comuns incluem:

  • Mudanças bruscas de comportamento: se a criança passa a expressar repulsa ou aversão inexplicável em relação a um dos pais;
  • Dificuldade em falar sobre o outro genitor: a criança evita discutir ou se mostra desconfortável ao mencionar o pai ou mãe alienado;
  • Recusa em passar tempo com o outro genitor: resistência constante em participar de visitas ou atividades programadas com o pai ou mãe não residente;
  • Expressões que não são naturais para a idade: a criança utiliza termos ou expressões que parecem além de sua compreensão, sugerindo influência externa.

Dicas para evitar alienação parental

Comunicação aberta

Além de manter um diálogo aberto, é aconselhável garantir que as informações compartilhadas sejam claras e transparentes. Criar um ambiente com comunicação saudável é a base para a construção de um entendimento comum sobre a criação dos filhos.

Priorize o bem-estar da criança

Colocar os interesses da criança em primeiro lugar significa considerar seu bem-estar físico e emocional acima de disputas pessoais. As decisões devem refletir o que é melhor para a criança, mesmo quando os pais discordam.

Respeite os acordos legais

Cumprir rigorosamente os acordos legais estabelecidos em relação à guarda e visitação é fundamental para criar um ambiente de confiança. Isso proporciona estabilidade à criança, permitindo que ela mantenha uma conexão saudável com ambos os pais.

Estabeleça rotinas consistentes

Criar uma rotina consistente é essencial para o desenvolvimento emocional e psicológico da criança. A previsibilidade e a estabilidade ajudam a reduzir a ansiedade, proporcionando um ambiente seguro e estruturado.

Estimule o convívio saudável

Incentivar o envolvimento ativo do outro genitor na vida da criança é uma maneira eficaz de prevenir a alienação parental. Participação ativa em atividades escolares, eventos esportivos e outras experiências contribui para a construção de laços sólidos.

Evite críticas negativas

Evitar fazer comentários prejudiciais sobre o ex-parceiro na presença da criança é a atitude mais óbvia e necessária. Isso inclui evitar expressões de frustração ou descontentamento que possam influenciar negativamente a percepção da criança sobre o outro genitor.

Participe de atividades escolares

O envolvimento ativo na vida acadêmica da criança demonstra compromisso parental. Participar de reuniões escolares, eventos e atividades extracurriculares fortalece a conexão entre a criança e ambos os pais.

Recuse disputas públicas

Evitar disputas públicas é importante para proteger a criança do estresse e da ansiedade associados a conflitos visíveis. Resolvendo as diferenças de forma privada, os pais protegem a integridade emocional da criança.

Busque ajuda profissional

Quando necessário, recorrer a serviços de aconselhamento familiar pode oferecer suporte para superar desafios. Profissionais treinados podem ajudar os pais a desenvolverem estratégias eficazes de comunicação e a lidar com conflitos de maneira construtiva.

Mantenha a empatia

Reconhecer os sentimentos do outro genitor e praticar a empatia são componentes essenciais para evitar a alienação parental. Compreender as perspectivas diferentes e buscar soluções comuns promove um ambiente saudável para a criança.

Estabeleça limites claros

Defina limites saudáveis, evitando envolver a criança em questões adultas e mantendo uma atmosfera de segurança.

Crie memórias positivas

Proporcione experiências agradáveis e construtivas durante o tempo compartilhado com a criança, fortalecendo os laços afetivos.

Respeite as peculiaridades

Aceite e respeite as diferentes abordagens parentais, reconhecendo que cada genitor contribui de maneira única para o desenvolvimento da criança.

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A alienação parental é um desafio que exige atenção e esforço de ambas as partes envolvidas. Priorizar o bem-estar da criança, manter a comunicação e buscar soluções construtivas são passos cruciais para prevenir e superar esse fenômeno doloroso. 

Você pode aprender muito mais sobre o mundo infantil e as atividades que o envolvem seguindo nossas redes sociais @pedagogia_comeca_em_casa ou canal do Youtube Paula Forster | Pedagogia Começa em Casa.

Confira nossas dicas e informações interessantes sobre a educação infantil, que vão trazer muitos benefícios para as crianças e para os pais.

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